quinta-feira, 20 de março de 2008

Val Thorens - Alpes franceses


VAL THORENS


Snow trip de 01 à 14 de março de 2008



(foto do alto do Cime Caron, um brinde a generosidade da vista que nos foi ofertada pela mãe-natureza, com uma névoa de meia altura cobrindo todo o vale de Oreille, fazendo da montanha um oceano)


Caros leitores (trocando em miúdos, Johnny, o dono do site, que tem que dar o exemplo, Leozinho MM, parceiro de blog e câmera man na trip do Colorado, minha mulher, Claudinha, nem que seja na marra, e, espero, o Ivo, o meu parceiro de viagem, para quem lavei e cozinhei por duas semanas, sem usufruir, no entanto, e que fique bem claro, de favores sexuais):

Peço desculpas, mas nessa trip não deu para escrever o diário de bordo no blog. A hora de internte custava 8 euros!!! Assim não dá! O escorpião que levei no bolso estava nervoso! A esse preço, só se o Johnny tivesse mandado um patrocínio gordo.... ou emprestado o lap top, sem garantias de retorno, rsrsrs.

A minha idéia é deixar o meu registro da viagem com informações úteis para ajudar quem queira se aventurar por aquelas bandas. Mas como o meu bom amigo Leo ressaltou, meu relato estava carente das aventuras. Acrescentei, então, mais informações do dia-a-dia.

A viagem

(Ivo (esq) e Pípou (dir) chegando na montanha!)

Foi difícil arrebanhar gente para essa viagem. Só em falar que era para os Alpes franceses, a galera assustava. Euro??? Tô fora! Uma pena, porque esquiar é sempre melhor em grupo e o preço que conseguimos foi super em conta (por volta de U$ 1900 para uma semana). Em comparação, temos visto preço de uma trip no Ushuaia, em setembro, por U$ 1500. O que é melhor???

Para se ter idéia dos custos da viagem, a hospedagem custava menos de 200 € a semana, ficando em estúdio com cozinha, o ski pass (área de Val Tho), lá chamado de forfait, sai por um pouco menos de 200 €, por 7 dias. Juntos, habitação e pass para uma semana, U$ 600. O transfer de Paris para Val Tho (trem + Ônibus) saiu perto de 170 €, U$ 300. Tudo visto na internete, pesquisando as menores tarifas. A TAP tinha passagem a U$ 890 (plus tax).

(Mont Blanc ao fundo, visto do alto do Cime Caron, com uma boa teleobjetiva)

Só consegui a adesão de um amigo de longa data, o Ivo, que também atende a alcunha de Ogro (não me perguntem o porquê!), um cara gente boa, aparentemente calmo, meio fora de forma, como bem se pode notar ao lado, de jaqueta laranja, modelito tio suquita, , que, surpreendentemente, não emitiu a quantidade de gases a que está habituado, graças a Deus!!! Esta era sua segunda temporada de snowboard. A temporada anterior havia sido em Valle Nevado, em 2003... Sofreu a criança, quero dizer, o jovem senhor!!! rsrsrsrs. Ressalte-se que, embora sacaneando o colega, não sou exatamente um atleta, tampouco um expert no snowboard, agora na minha sexta temporada.

Ficamos, no entanto, duas semanas para compensar o desgaste da viagem, já que isso representaria um acréscimo de menos de U$ 600, fora as despesas de supermercado. Os preços médios de jantar ficavam entre 15 e 20 €, mas, como optamos por cozinhar no apartamento, fizemos uma boa economia.

(foto da estação de trem Moutiers Salins)

A ida foi por Paris, porque eu queria queimar minhas milhas VARIG, mesmo sabendo que seria um péssimo negócio, já que, com 70.000 milhas, dá para emitir 3 passagens para Santiago e ainda sobram 10.000. Fiz isso porque eu estava com medo da VARIG dar de novo para traz e me deixar na mão, sem milhas e sem passagem. Espero que a VARIG cresça e eu me arrependa. Grata satisfação não termos tido qualquer problema com o vôo: 100% de pontualidade na ida e na volta. Em tempos de caos aéreo, nem eu acreditei.

O bom de ir por Paris é que, tendo disposição para encarar o trem da noite para os Alpes, economiza-se um pernoite. Além disso, dá para fazer um stop e conhecer a cidade luz, o que não fizemos, já que somos sujeitos espadas, pit bull, down hill.... e a fissura falou bem mais alto. 100% de foco na neve. Falando assim pode até parecer um absurdo.... e realmente é!

Pode-se ir, também, por Genebra (Genevè) ou por Lyon, que ficam bem mais perto dos Alpes, e de onde há ligação por ônibus para as diversas estações de esqui, e são muitas! Convém, porém, checar se os horários (facilmente encontrados na internete) de chegada e saída dos vôos são compatíveis com os dos transfers, para não se ter que fazer um pernoite extra na chegada ou na saída. De Lyon o transfer é bem mais barato.

(foto: subindo o funitel Peclet)

Nosso vôo chegou ao Aeroporto Charles de Gaulle por volta de 16:00 h do dia 01/03/2008, sábado. De lá, pegamos o trem para Paris (8 € a ida) e fomos direto para a Gare de Austerliz, onde pegamos o trem noturno das 23:30 (50 €) para MOUTIERS SALINS (cuidado, é o mesmo trem que vai para Bourg San Maurice, o ponto final da linha e destino de quem vai para Val d´Iser. Há um outro lugar que também se chama Moutiers e pode dar confusão), que partem entre 22:00 e 23:30 h e chegam de manhã cedinho. Compramos o bilhete pela internete com antecedência no site da SNCF. Não se esqueça de validar o bilhete em uma das máquinas amarelas antes de embarcar. Pode te livrar de uma multa. De Moutiers Salins, pegamos o buzum para Val Tho (16 € a ida). Pois é, foram duas noites dormindo sentado!!! Puro perrenhe, mas com um dramin fica mais fácil.

Quem quiser ficar apenas uma semana, é melhor se planejar chegada em Val Tho no sábado de manhã, e a saída, no sábado a tarde, já que (apenas no sábado!), no Centro Esportivo (toda estação tem um, com piscinas quentes, saunas, squash, musculação, yoga, massagens, etc), há lugar para guardar as bagagens durante o dia, enquanto se aguarda o horário do check in/out. Assim, pode-se esquiar um ou dois dia a mais. No sábado de retorno, convém tomar um banho, no final do dia, no Centro Esportivo.... o que deve custar uns 10 €.

Mas depois de duas noites mal dormidas e ainda sob o efeito do jet lag (fuso horário) e da altitude (2300m), o primeiro dia é pesado!!! Só na raça.
Mas isso não é problema. Disposição não falta. Ano passado, no primeiro dia em Breckenridge, fomos encarar o ski noturno de Keystone, com temperaturas de até - 27º C!!!

Hospedagem:

(Foto da praça central -Gare Routiere)

A hospedagem nos Alpes franceses é sempre de sábado a sábado (ski week), seja no Club Med (U$ 1600 com tudo incluso, inclusive birita e monitor de esqui/snowboard), seja no estúdio mais favela. Não dá para querer ficar 10 dias.

Nós ficamos em um estúdio, com mini-cozinha, que custava cerca de 180 € a cabeça, cada semana, nada incluído, nem roupa de cama (bed linen), que se aluga por 8 €. Quanto maior a antecedência na reserva, melhores são as opções de hospedagem e os preços. Fizemos as reservas diretamente no site oficial de Val Thorens, que tem informações do tamanho dos apartamentos e de tudo que eles oferecem. Atenção com o tipo de cama! Há diversos outros sites que também oferecem reserva de estadia, mas eu prefiro pagar um pouco mais por mais segurança.

(foto do filé ao molho madeira, com champignons... até que ficou bom!)

Para quem quiser ou precisar cozinhar, há vários supermercados que funcionam de 8 às 20:00. Não sair para jantar é a grande pedida, assim dá para enxugar bem o orçamento. Lá tudo é mais caro, pelo menos o dobro do preço, mas o que assusta mesmo é o preço da carne. O quilo do contra filé saiu a 25 €, o da carne moída ou do frango, 13 €. Até ovo é caro, 3 € a dúzia. Também não ficam para traz o queijo e presunto, 12 €. As frutas também não deixam por menos. Quase todas custam entre 3 e 4 € o quilo. Não deixe de provar o queijo de cabra (chevre). De barato só o vinho, que preferimos consumir do nacional (piadinha velha!!!).

(vista da vila, tirada da pista Chatelet, em dia de mal tempo)

Em qualquer lugar da vila você ficará bem parado. Tudo é perto das pistas. Se vc quiser ficar mais perto do comércio, fique perto da igrejinha (Eglise). Na verdade, não tem nada muito longe, exceto uns poucos chalés no alto das encostas. Mas na dúvida, confira no mapa antes de fechar a reserva.

Vai um grande bizout para a galera apertada que quer economizar o máximo. Num estúdio para 3 pax dá tranqüilamente para ficarem 4 ou 5 pessoas, dependendo do tamanho. Compare a metragem dos apartamentos disponíveis no site de Val Thorens. É só levar um saco de dormir e roupa de cama. Não tem fiscalização sobre a quantidade de pessoas. Só não vai ter chave extra.

Montanha

Val Thorens é lugarejo composto de uma vila cheia de prédios de 6 andares, servida por um sistema de liftings e pistas operados pela SETAM. Estamos falando de um dos vales de uma cadeia chamada de 3 (trois) Valleés. Junto com outros dois resorts, Meribel e Courchevel, todos interligados por liftings e pistas, formam o maior domínio esquiável do mundo (pelo menos é o que está escrito no site deles). Há também um quarto resort, o Les Menuires, abaixo de Val Tho, que também possui acesso por lifting.

O ski pass (forfait) de 6 dias para Val Tho custa 169 € e dá direito a esquiar em Oreille, um paraíso de fora-de-pistas. O bilhete para toda custa 50 € mais caro. Para uma estadia de uma semana, esquiar em Val Tho e Oreille está de bom tamanho. Mas quem quiser esquiar nos 3 resorts (ninguém vai para Los Menuires), cuidado com os horários de retorno e com a névoa, já que lá, ao contrário dos EUA, na França não se preza pela integração dos centros de esqui, ao contrário, fazem tudo para você ficar num lugar só. Não conseguir voltar pode custar uma pequena fortuna num táxi. Ouvi alguém dizer, não me lembro bem a onde, que a melhor opção de estadia para quem quer esquiar nos 3 Vallées é Meribel, que fica no meio, entre Courchevel e Val Tho, facilitando o retorno.


(minha homenagem ao time bi-campeão da Taça Guanabara!!!)

Os três primeiros dias foram de sol e pistas em ótimo estado, ideal para se conhecer a montanha no início da temporada. Normalmente sempre tem um maluco que anda mais e que vai na frente, ora o Marcelo, ora o Neco, o Johnny, e a gente vai atrás, seja lá o que Deus quiser. Como o Ivo estava mais devagar, acabei andando boa parte do tempo sozinho, mais devagar e mais cautelosamente, portanto. A evolução também é menor... no risk, no gain! Mas tem que se ter cuidado com uma névoa sinistra que as vezes sobe no final da tarde e deixa a visibilidade praticamente zero!

Tive a sorte de pegar três dias sensacionais de powder no final da primeira semana, de quarta a sexta-feira, quando nevou moderadamente e tinha boa visibilidade. Não era aquele de ficar encalhado até a cintura. Era neve até o joelho, o que para mim é muito melhor. Foi muito bom! Pena que eu ainda não conhecia bem os picos... poderia ter aproveitado muito mais. Ainda sim, mesmo sozinho, o que não é fácil, tampouco aconselhável, ainda que eu desse aquela amarelada básica, venci várias pirambeiras sinistras (do meu ponto de vista, é claro). Fui em todos, embora no começo estivesse meio amarillo!!! Fora-de-pista sozinho não é fácil. No começo só me arriscava naqueles em que eu conseguia ver a pista no final. Cuidado, não deixem de fazer o seguro de resgate que pode custar até 5.000 €. O mais difícil era encarar as trilhas em meio a pedras e desfiladeiros, sem que desse para ver o que tinha pela frente, confiando apenas nos rastros de outras pranchas e no que se via do alto dos liftings. Mas vez ou outra eu acabava seguindo algum maluco, ou grupo, se embrenhando em algum atalho. Era batata, mesmo sem conhecer ninguém, ia junto!

(auto-foto do fora de pista de Oreille)

Os fora-de-pistas (hors piste) de Val Tho são uma atração à parte. Em qualquer saída de lifting tem um fora-de-pista maneiríssimo. Nem precisa fazer caminhada. É impressionante como o relevo e a geologia são favoráveis. Sem árvores, a montanha inteira é um grande fora-de-pista para o snowboarders e esquiadores mais aventureiros. No final do Funitel Peclet tem outro lifting que leva lá pro cume do Glacier Peclet. É de outro mundo. Ainda do final do Peclet há opções excelentes tanto nas bordas da Lac Blanc quanto da Beranger. No final do lifting da Cascade também, e do alto da Moraine, do alto da Portete. Eu gostava muito do fora-de-pista por baixo da Moutiere. Tudo é bom, mas não deixem de dar uma atenção especial ao vale de Oreille.... o pico mais vazio, neve mais powder, altos fora-de-pista, muito legal.


O azar é que, na segunda semana, entre segunda e quarta-feira, o tempo ficou muito ruim: neve, vento forte e neblina... pouquíssima visibilidade. Mesmo com googles amarelos estava difícil se enxergar. Dava até desorientação espacial, tontura. Você já caiu fazendo uma curva simples, numa pista azul, devagar, aparentemente sem motivo? É muito estranho. Não deu para andar muito. Ainda assim, aproveitava para treinar uma base invertida, alguns pulinhos com switch, etc.

Em compensação, na quinta-feira, nosso último dia de esqui, abriu o maior sol e a montanha estava um powderzão. Andei o dia todo sem parar, só comendo chocolate! Na verdade, passei a maior parte do dia em Oreille. Eu até pensava: pô, é o último dia, vamos rodar a montanha... mas tava tão bom que não conseguia abandonar aqueles fora-de-pistas vazios e tenros.

Eu acabei esquiando os 12 dias em Val Thorens. O meu plano foi o seguinte. Vou compra o forfait para 6 dias em Val Tho, e os últimos 6, para os 3 Vallées, para conhecer Meribel e Courchevel. Mas o Ivo não desenvolveu o suficiente para me acompanhar. Achei melhor, então, ficar somente em Val Tho. Não é tão simples assim mudar de vale. Se o tempo fechar, você pode morrer em 400 euros num taxi.

Também não andei muito no snowpark. As filas do puxa-saco são grandes, um de cada vez, aquele empurra-empurra, desanima!!! O bizout é ir logo de manhã, dar duas passadas e partir. Há um mapa do snowpark, mas não é fácil consegui-lo. São três descidas paralelas, a da direita, que é verde, a do meio, azul e a da esquedar, a preta, com os grandes jumps. Se você não der mole, pode acabar na maca... Na descida da direita há um boardcross seguido de dois jumps pequenos no final, que me pareceu muito bem feito, apesar de fácil. Foi minha primeira vez nesse tobogã. É muito legar fazer aquelas curvas inclinadas sem ter que fazer força nenhuma.

(eu, de roupa nova, com o snowpark no fundo)

Lá em Las Leñas tem um projeto de boardcross que deveria ser interditado, um lixo. Ano passado tinha achado o máximo. É como se diz: a ignorância é a mãe da felicidade!!!. Fiz umas 3 vezes a essa seqüência. Na descida no meio, há primeiro uns rails, só fiz o primeiro, que é aquele básico, com uns 30 cm de largura, e na horizontal, mas sempre passando reto, com dois jumps médios, no final, que realizei com uma boa média de acerto. Os tombos não foram sérios. A seqüência da esquerda era a dos jumps maiores, com um colchão de ar no final. Estava sempre vazia. Não vi ninguém pulando do colchão. Nem sei como funciona. O povo lá não tem o hábito de pular. Vi pouca gente pulando melhor do que eu... e olha que eu não pulo nada!!! O legal conhecer as pistas é que você acaba descolando uns pontos de jump. No final da Tete Ronde sempre dava dois jumps em seqüência em frente ao restaurante... tirava muita onda!

Até que nesse ano cheguei em casa bem, minha mulher nem acreditou: Sem febre e andando sem mancar! Prevenido, achei melhor usar joelheiras, daquelas com suportes de ferro, já que antes um pouco da viagem mi rodillas estavam rangendo além do normal. Na montanha só danifiquei os ombros, ambos, por causa dos tombos nos fora-de-pista... sempre de frente, na inversão. Sabe como é, para aprender tem que cair. Ainda não consigo desenvolver nas encostas um pouco mais inclinadas. Um dia aprendo. Mas tomei uma caixa de Arcoxia 120, emendando numa outra de nimesulida.... Que Ronaldo Lomelino, parceiro de esqui e meu ortopedista nas horas vagas, não me ouça!!!

(foto da escada rolante do funitel Peclet)

Os liftings de Val Tho são outra atração. Nunca imaginei que pudesse haver algo semelhante. Estação de embarque com escada rolante. E são várias. Diversas telecabine (funitel) que levam de 8 a 25 pessoas. Tem até um bondinho, tipo do Pão de Açúcar, que leva uns 50, em pé. Liftins de 6, com embarque duplo. Todos de alta velocidade. E ainda assim, há sempre filas grandes, por vezes enormes, mas não se perde mais que 10 minutos em pé, mesmo sendo a organização das filas precária. Parece o empurra-empurra de Bariloche ou de Chapelco. É um saco. Quase sentei a mão na cara de um desses franceses que estão sempre furando a fila na maior cara-de-pau. Parece carioca andando no acostamento. Só quem respeita as filas são os alemães.

Conclusão

(foto do bondinho Cime Caron)

Com tanto lifting, e de tão modernos, grandes e velozes, Val Tho fica lotada!!! Tem pistas que parecem formigueiros. Nem fora de pista cascudo se salva. Mesmo com neve recente, em poucas horas está tudo riscado. Chega a atrapalhar, especialmente quando se o sujeito está treinando em uma pista superior ao seu grau de habilidade, mas não vi ninguém se chocar. Nem dá para acreditar.

É impressionante o alto nível de habilidade do esquiador médio que freqüenta os Alpes. Todo mundo que vai para lá anda bem, especialmente os esquiadores. Parece que esquiar é disciplina escolar. O ruim, especialmente para o snowboard, é que, se o dia estiver bom, 4 horas da tarde a montanha está toda esburacada. É muito esqui cavando as pistas. Nesse caso, é bom fugir para Oreille!!! Para treinar speed em pista demarcada, melhor de manhã, quando o grooming da noite ainda não venceu.

(Eu e o Ivo, com seu google gigante, brindando na montanha... 3,50 euros)

Fiquei me perguntando qual é o melhor lugar para se esquiar, USA ou Europa?? Seria muita pretensão querer responder a essa pergunta, já que essa foi minha primeira temporada na Europa. Ano passado fiz minha única temporada norte-americana no Colorado. Talvez seja melhor perguntar quem é melhor, Breckenridge, Keystone e Vail, ou Val Thorens??? No Colorado, as estações possuem boa parte das pistas talhadas em bosques. Com certeza, não há a mesma quantidade nem a mesma qualidade dos fora-de-pistas de Val Tho, onde não há árvores, só pedras e neve. Em compensação, no Colorado, a qualidade da manutenção das pistas é muito superior a da França.



Talvez tenha a ver com a própria tradição de esqui do velho continente, que me parece ainda não ter assimilado completamente o snowboard. No esqui, a ondulação é até desejada, não? Então para que todo esse grooming?? Outra prova da minha tese é a sinalização. Nos 3 Vallées não há demarcação de doubles black diamond. Ao contrário, há avisos de que não se deve esquiar fora das pistas. O resgate pode sair por uma pequena fortuna.


De uma coisa eu tenho certeza absoluta. Quanto ao quesito snowpark, os USA dão de 10000!!! Comparando-se, porém, com os argentinos, o de Val Tho é coisa de cinema.

Ajudei??? Não??? Desculpe-me. Eu mesmo teria dificuldade em optar por um ou outro se me fosse dada a chance de fazer uma nova trip.

Antes que me esqueça, sequer cogite de aprender a esquiar em Val Tho. Não há pistas verdes funcionais. A única verde é a base da estação que recebe o fluxo geral. Mesmo as azuis costumam ser batizadas com trechos de vermelha. Quer aprender, o que digo sempre é: vá para Chapelco, é melhor e mais barato!

Pípou